Na primeira turma do Estaleiro Escola os professores da UFRJ escolheram um projeto conhecido mundialmente pela sua gratuidade e seu intuito solidário. Era um projeto da FAO, Agência para Alimentação da ONU, para que pescadores a remo desenvolvessem atividades até 2 pessoas e 500 kg de peixes.
Foi um projeto que partiu dos desenhos disponíveis com medidas e gabaritos para a construção, com quase uma centena de partes cortadas e montadas.
Na turma atual a opção foi bem diferente. Já pode ser visto inclusive, porque a parte do projeto desenhado foi pulada. Os barcos desse novo curso serão os caicos.
São barcos simples de fazer e duráveis. Estão na maioria estacionados nas praias da Baía de Guanabara, para onde são arrastados depois da pesca. Se você anda na Praia da Bica ou já passeou em Jurujuba, vai ver centenas deles.
O que significa mais mercado de trabalho para os aprendizes em construção naval artesanal.
O modelo inicial na oficina do Estaleiro Escola, nas fotos, é o Caicão do Mestre Roque, um dos professores do curso. Ele mede 6,60 m de comprimento, com 1,60 a 1,65 de boca, 0,25 a 0,10 bordo falso e 0,53 de bordo.
Mas já no primeiro dia de montagem dá pra ver com ele vai ficar.
TURMA MISTA E PRODUTIVA
A análise dos inscritos revela algumas confirmações do planejamento inicial do projeto estaleiro Escola. Ele foi feito com critérios de diversidade e compensação ambiental para comunidades atingidas por acidentes.
Na segunda turma estão presentes nove mulheres e 21 homens, na maioria adultos. São 13 do Rio de Janeiro, 5 de Niterói , 4 de Magé, 3 de São Gonçalo e o restante distribuído entre Guapimirim, Itaboraí e Caxias.
Dois deles tem curso médio incompleto, 11 são formados no curso médio, assim como 7 concluíram o fundamental. Apenas dois não completaram o ensino fundamental e também dois não concluíram o ensino superior.
21 são pescadores. 19 se declaram negros ou pardos. Uma aluna se declara indígena e outros 10 se declaram brancos.
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